Crise no setor orizícola exige mais ações
- IGOR VIEIRA

- 16 de out.
- 4 min de leitura

O Agro do Brasil é gigante, mas o agro do Rio Grande do Sul está sendo forçado a ser mendicante.
Enquanto se fala Brasil afora em pautas que para nós são "futuristas" -biocombustíveis, energia verde, agricultura ABC, ser a maior matriz produtiva do planeta - por aqui se fala em securitização, crise na lavoura arrozeira, quebrar com silo cheio.
O QUE JÁ SE FEZ
Como chegamos aqui, muito tem se falado, nem vamos focar mais nesse assunto.

E cada um faz o que pode: Federarroz com suas associações de arrozeiros, Farsul com seus sindicatos rurais, Fetag, IRGA, enfim, todos lutando por um setor chave do agro gaúcho.
O que já se fez, muito se noticiou: caravana do Economista-Chefe da FARSUL Antônio da Luz nas principais regiões arrozeiras do Estado com palestras de alerta focadas na redução da área plantada, campanha de incentivo ao consumo lançada pelo IRGA "O ARROZ É A ENERGIA QUE MOVE O BRASIL" durante a Expointer 2025, mobilização das hordas de Associações de Arrozeiros filiadas à Federarroz incentivando e alertando sobre a redução da área plantada e incentivo à exportação. Até a Assembleia Legislativa já entrou na luta com a "Frente Parlamantar em defesa da Cadeia Produtiva do Arroz", capitaneada pelo Deputado Marcus Vinicius, tão próximo dos arrozeiros.
O QUE AINDA SE PODE FAZER "DENTRO DA CAIXA"

Para o presidente da Federarroz, Denis Nunes, o mantra está estabelecido: redução de área plantada, incremento e incentivo às exportações e associativismo como sendo o rumo. Com direito a alguns temperos a mais como a fiscalização mais rigorosa de importações que não atendam os protocolos fitosanitários brasileiros, regras trabalhistas e ambientais à que estão obrigados os arrozeiros gaúchos e renegociação de contratos de arrendamento.
Nesta mesma linha segue o restante das entidades(que não são divindades como classifica o Economista Antônio da Luz), com uma ou outra variante ou adição.
O QUE SE PODE FAZER "FORA DA CAIXA"
Levantando notícias que transitam nas Redes Sociais(que quando afastadas das fake news, são um caldeirão de ideias)e informações de uma fonte experiente ligada ao setor, nesse momento de crise na comercialização do Arroz , coloco pautas que poderão ser discutidas.
São ações estruturantes de curto e médio prazo para atacar o empobrecimento da Cadeia Produtiva do Arroz.
Essas pautas com soluções vou apresentar aqui, com um incremento da minha leitura de o que pode ser feito:
Campanhas de incentivo ao consumo de arroz nacional,(O IRGA já começou)
Inclusão sistemática do arroz na merenda escolar em todos os níveis — municipal, estadual e federal.
Capacitação de merendeiras e cozinheiros escolares, com cursos que incentivem o preparo criativo e nutritivo de pratos com arroz.
Cursos de culinária popular e profissional, ampliando o uso do arroz em receitas contemporâneas e tradicionais.(Uma boa janela de atuação que o SENAR já atua e promove)
Convênio APEX/IRGA para abertura de novos mercados externos e promoção internacional do diferencial da qualidade do produto.
Parcerias com o MAPA e adidos agrícolas, para fortalecer as exportações e diversificar destinos.
Fomento à indústria de derivados do arroz — desde farinhas e massas até novos produtos alimentícios.
Produção de esbramado pelas cooperativas, aproveitando subprodutos e gerando valor agregado.
Desenvolvimento de cosméticos à base de arroz, como o tradicional "pó de arroz" e outros produtos de beleza.
Produção de bebidas fermentadas e destiladas, como saquê e cerveja de arroz, ampliando o portfólio agroindustrial.
Extração de óleo de arroz, aproveitando o alto valor nutricional e industrial do grão.
Uso da casca de arroz para geração de energia e insumos cerâmicos, fortalecendo o conceito de economia circular.
Atração de novas tradings e maior presença no mercado global.
Reformulação da diretoria comercial do IRGA, com foco em gestão estratégica e abertura de mercado.
Criação de um CDO específico no seguro agrícola, adaptado à realidade do produtor orizícola.
Revisão da tributação e do ICMS sobre o arroz, para equilibrar a competitividade interna e externa.
Inserção do arroz nas pautas da Reforma Tributária, garantindo isonomia e estímulo à produção.
Negociações no âmbito do Mercosul, para evitar distorções de mercado e proteger a produção nacional.
Gestão do IRGA escolhida pela cadeia produtiva, com representatividade de produtores, indústrias e cooperativas.
Dezenove itens e soluções apuradas e alistadas aqui mas não poderíamos deixar de citar uma vigésima : a SUBVENÇÃO da taxa CDO para exportações. Porque a ISENÇÃO o governador "já cortou os naipe" como diz o gaúcho!
Não tenho a pretensão e a prepotência de achar que vou resolver o problema da lavoura arrozeira com uma matéria, mas me reservo a concluir com as palavras que ouvi nos bastidores de um Dirigente de Entidade ligada ao setor:
"Os Produtores são Profissionais da Porteira para dentro.
Fora da Porteira, são Amadores."
Não sei se concordo, mas de uma coisa eu sei: Ninguém mais no país está preparado para ter seca num ano, e seca de novo no próximo ano, depois ter uma enchente no ano seguinte e depois outra seca, a não ser OS PROFISSIONAIS ARROZEIROS DA PORTEIRA PRA DENTRO!
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